quarta-feira, 18 de julho de 2018

[Escrita] O Gênero Conto

Oi, gente!

Tá meio difícil separar tempo para vir aqui, as coisas andam meio loucas desde a semana do NOGG desse ano. Mas, como tinha dito antes, vou falar sobre os três principais gêneros que englobam a escrita das nossas fanfics: conto, romance e novela. Vou ser bem básica com isso, porque se não vou acabar me estendendo muito e a coisa vai tomar proporções Jurassic Park e não queremos isso, não é?

Introdução


Bem, começando com o conto, segundo o dicionário:
1. LITERATURA
narrativa breve e concisa, contendo um só conflito, uma única ação (com espaço ger. limitado a um ambiente), unidade de tempo, e número restrito de personagens.
Bem, a primeira coisa que a gente percebe é que o conto é, dos três, o gênero menor. Apesar de ser tido como uma narrativa concisa, sabemos que há as exceções da vida, por exemplo, H.P. Lovecraft que o Hadou já fez um vídeo falando no canal (confere lá que é muito bacana) escrevia "contos" do tamanho de novelas, outro que faz muito isso também e ainda está vivo é o Stephen King, então, fica um pouco complicado encaixar conto como algo "breve", porque o que é breve para um autor pode não ser para outro. 

Os registros de conto, segundo o doutor em Letras e Literatura Carlos Eduardo Varella "remonta aos tempos antigos, representado pelas narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar, narradas de pais para filhos, como forma de assegurar a transmissão da cultura e, dessa forma, a sobrevivência da espécie." Para saber mais sobre a origem do conto e suas modificações com o tempo, veja a bibliografia lá embaixo!

Estrutura do Conto

A estrutura do conto é fechada e objetiva, na medida em que esse tipo de texto é formado por apenas uma história e um conflito.

Sua estrutura está dividida em três partes:

  1. Introdução: apresentação da ação que será desenvolvida. Nesse momento inicial, há uma breve ambientação do local, tempo, personagens e do acontecimento.
  2. Desenvolvimento: formado em grande parte pelo diálogo das personagens, aqui se desenrola o desenvolvimento da ação.
  3. Clímax: encerramento da narrativa com desfecho surpreendente.

De acordo com a estrutura básica narrativa (introdução, desenvolvimento, clímax e desfecho), o conto, por ser uma narrativa mais breve, parte do desenvolvimento para o clímax.

Elementos do Conto

1. Espaço

Local em que se desenvolve a narrativa, seja numa casa, rua, parque, praça, etc. Por serem narrativas breves, o espaço no qual se desenvolve a trama, deve ser um espaço reduzido.

2. Tempo

Designa o tempo em que se passa a narrativa, sendo classificado em: tempo cronológico (exterior) e tempo psicológico (interior).

3. Foco Narrativo

Trata-se do narrador, sendo classificados em:

  • narrador observador: conhecedor da ação, mas não participante.
  • narrador personagem: o narrador é um dos personagens.
  • narrador onisciente: conhece a história e todos os personagens envolvidos nela.

Geralmente os contos são narrados em terceira pessoa, embora há muitos contos narrados em primeira pessoa, nesse caso, quando surge o narrador-personagem.


4. Personagens

Indivíduos que participam da narrativa, sendo classificadas, dependendo do foco em: personagens principais ou personagens secundárias. Por ser uma narrativa curta, o conto possui poucos personagens.

5. Diálogo

Elemento essencial do conto, os diálogos caracterizam a base expressiva desse tipo de texto. Eles desenvolvem os conflitos da trama, sendo determinados pela fala das personagens.

Formados por uma linguagem mais objetiva e metáforas simples, os diálogos são classificados em: diálogo direto, indireto e interior.

6. Epílogo

Corresponde ao clímax da narrativa, determinado pelo desfecho surpreendente, imprevisível ou enigmático da ação.


Os maiores contistas brasileiros são: Machado de Assis, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Luiz Fernando Veríssimo e Dalton Trevisan.

Dependendo da temática explorada, há diversos tipos de contos, do qual se destacam:

  • Contos Realistas
  • Contos Populares
  • Contos Fantásticos
  • Contos Eróticos
  • Contos de Terror
  • Contos de Humor
  • Contos Infantis
  • Contos Psicológicos

Extensão do Conto

Segundo outras definições, o conto não deve ocupar mais de 7.500 palavras. Actualmente entende-se que pode variar entre um mínimo de 1.000 e um máximo de 20.000 palavras. Mas toda e qualquer limitação de um mínimo ou máximo de palavras é descartada e ignorada por escritores e leitores.

O romance "Vidas secas" (de Graciliano Ramos), "A festa" (de Ivan Ângelo) e alguns romances de Bernardo Guimarães (1825-1884) e Autran Dourado, podem ser lidos como uma série de contos. Também "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Quincas Borba" (de Machado de Assis), "O Processo" (de Franz Kafka), são constituídos por pequenos contos. São os chamados "romances desmontáveis".

Assis Brasil vai mais longe ao afirmar que "Grande Sertão: veredas" (de Guimarães Rosa), é um conto alongado, pois o escritor tê-lo-ia como narrativa curta. O "Grande Sertão", como sabemos, tem mais de 500 páginas. Todas essas colocações demonstram como é difícil definir o conto; mesmo assim, quem o conhece, não o confunde com outro género.

Sobre o conto, afirma Eça de Queirós, um dos maiores representantes da literatura portuguesa:
“No conto tudo precisa ser apontado num risco leve e sóbrio: das figuras deve-se ver apenas a linha flagrante e definidora que revela e fixa uma personalidade; dos sentimentos apenas o que caiba num olhar, ou numa dessas palavras que escapa dos lábios e traz todo o ser; da paisagem somente os longes, numa cor unida.”

Bom gente, por enquanto é isso. Leiam a bibliografia para ficarem mais informados sobre as nuances e a estrutura do conto. Inclusive, é preferível que se você é um autor iniciante (do zero) buscando por onde começar, comece escrevendo contos, pode acreditar em mim, é mais desafiador do que parece! No próximo post vamos conversar sobre o gênero novela (e não, não é a novela da globo!).


Bibliografia

 DIANA, Daniela, Conto, Toda a Matéria, disponível em:

MOTTA, Carlos Eduardo Varella Pinheiro. Conto, Infoescola, disponível em:

Wikipédia, Conto, disponível em:

terça-feira, 10 de julho de 2018

[Fanfic] O Antigo Lar das Crianças Suicidas

Autor: Úrsula Britto
Status: Em andamento
Capítulos: 11
Gênero: Fantasia, mistério
Plataforma: Wattpad, Nyah

Sinopse: Meu Caro Leitor,
Dizem as sábias línguas que há mais mistérios entre o céu e a terra do que nos convêm saber. Ressalvo meu pensamento, discordando. Há infindáveis mistérios entre a infinidade e o infinito. E na minha humilde solidariedade compartilho este enigma com você. 

Há um escrito e um autor, cujo conteúdo e vida possuem poucas certezas. Sondáveis foram os entusiastas que circularam por estas futuras páginas. No entanto seu mistério permaneceu sendo como ele era: indecifrável. 

Porque ler é que quebrar um enigma, enquanto a rima codifica um pedaço
O leitor decifra pela metade
O que acabou de ser descrito.
E quando se lê
Um pedaço de nossa alma, é roubado

Convido-o para ter comigo uma conversa - assuntos trocados de tinteiro para tinteiro - afim de esclarecer esse problema. Aguardo o dia em que descobriremos, juntos, a resolução de C.Irotik.

—S.Lawall

Oi, gente!

Como estão? Espero que bem. Essa resenha vai ser um pouco diferente porque não foi o Hadou que leu essa história e sim eu, o vídeo que sairá sobre ela no canal também sou eu quem vai aparecer >-< então, como é minha primeira resenha própria aqui no LB estou um pouquinho nervosa haha. 

Encontrei essa história quando, sem querer, estava perambulando pelo grupo do Nyah no facebook. Era um dos dias em que a história havia sido atualizada e ela - Úrsula - estava divulgando o novo capítulo no grupo. Pelo nome da história fiquei curiosa para saber do que se tratava, até porque a capa chama muito a atenção. Posso dizer que fui com um pouco de sede demais ao pote e.e porque criei muitas teorias na minha mente do que poderia ser o livro e fui surpreendida quando me deparei com o que ele era de fato.

Bem, a história não é linear e nem convencional (isso não é uma crítica, gente!) quando comecei a ler os primeiros capítulos, me lembrei de livros como A Outra Volta do Parafuso e Drácula, não apenas porque ela escreve de uma maneira muito singular, com aquela cara de livro clássico, sabe? Mas principalmente porque a história em si é contada de uma maneira muito singular. Poder-se-ia dizer que é um livro essencialmente epistolar

A primeira coisa que nos "pesca" em O Antigo Lar das Crianças Suicidas é que ele não tem, exatamente, um enredo por trás. A história vai sendo sutilmente montada para nós através de cartas, bilhetes e personagens que se interligam a obra de uma misteriosa autora chamada C. Irotik. Vários casos de morte foram relatados de pessoas cujos nomes foram escritos por alguém nas páginas dos livros dessa autora, há todo um estudo em torno dela e de sua obra inclusive, esse é um dos trunfos mais bem sucedidos da Úrsula, porque ela é tão metódica na sua escrita que tudo que lemos parece muito verossímil. Mas a Irotik é fictícia, tá gente? Haha.

Outra coisa que me fez ficar presa em todos os capítulos da história foi a maneira como ela é escrita. A linguagem usada pela Úrsula tem um lirismo poético que faz com que as palavras "cantem" para nós enquanto lemos, poucos autores mesmo consagrados conseguem esse feito. A história mexe com alguns temas filosóficos de maneira muito sutil e particular, trazendo elementos de clássicos canônicos da literatura com aquela cara de livro YA, mas encontrando o equilíbrio perfeito entre eles. Mesmo não sendo escrito daquela forma convencional, a gente consegue se sentir imerso na narrativa uma vez que somos convidados a nos juntar ao clube de literatura e desvendar os mistérios que cercam C. Irotik. 

O único problema que encontrei no livro foi realmente a revisão. Como a autora me convidou no facebook, pude perceber que alguns dos equívocos que ela comete no livro fazem parte da sua escrita rotineira mesmo, com certeza isso não é um problema de falta de leitura porque alguém que escreve como ela é, no mínimo, uma ávida leitora, acredito que seja mais um problema de atenção mesmo. Por isso, indico fortemente que contate um beta para os capítulos antes de postá-los, apesar de serem errinhos bobos que podem facilmente ser eliminados na revisão, eles travam um pouco a nossa leitura nos impedindo de aproveitar a história de maneira mais ampla, pelo menos foi o que senti.

Uma história original, instigante e misteriosa que vai fazer a gente criar teorias e desejar ardentemente por respostas, eu super indico O Antigo Lar das Crianças Suicidas! Inclusive, nesses primeiros capítulos ainda não teve uma ligação do enredo com o título, mas acredito que isso venha a ser esclarecido no decorrer dos capítulos. A história é montada maravilhosamente bem, com uma estrutura sólida e bem amarrada de alguém que sabe onde está pisando, os personagens não impactam à primeira vista por causa do estilo epistolar, mas conforme a história avançar e nós os conhecermos melhor vamos, com certeza, simpatizando com eles e seus conflitos.

Fica aqui minha recomendação forte não apenas para quem curte o gênero mistério e policial, mas para todos que querem adquirir vocabulário e compreender melhor a estética de um bom texto. Parabéns à Úrsula por sua magistral criatividade e trabalho.

O vídeo dessa resenha sai em breve no canal do Leitor Beta e então eu atualizarei o post com ele. Os links para a história estão lá em cima nas plataformas ^-^

Até a próxima, gente!


quinta-feira, 5 de julho de 2018

[Escrita] Gêneros Literários III - Dramático


Oi, gente!

Primeiramente gostaria de me desculpar pela ausência no blog, minha rotina enlouqueceu um pouco por causa da viagem, acabei ficando mais cansada do que previ e, por causa disso, o trabalho acabou atrasando um pouco. Estou em vias de, muito em breve, resenhar por conta própria uma história muito curiosa que me propus a ler, em breve vocês saberão qual é.

Bem, hoje a gente finaliza os gêneros literários. O gênero dramático, apesar de não ser muito utilizado por nós é de suma importância ser estudado uma vez que acrescenta consideravelmente para a escrita em prosa o conhecimento dos recursos que enquadram a escrita do roteiro. A principal característica de um texto pertencente ao gênero dramático é ser feito para ser encenado. Não existe um narrador que conta a ação, sendo o enredo apresentado através das falas das personagens, representadas por atores que vivenciam os acontecimentos. Assim, os diálogos e monólogos assumem uma importância fulcral. Aqui sim você usa o nome dos fulanos em cada fala! O maldito Pov.

Características do gênero dramático

  • É construído para a sua encenação, estando dividido em atos e cenas;
  • A história é contada pela fala das personagens;
  • Apresenta indicações cênicas que auxiliam a representação.

Estrutura do texto dramático

A estrutura do texto dramático, independentemente de ser feitos em verso ou em prosa, atua como facilitadora da dramatização. Para tal, fornece elementos auxiliadores da representação, como indicações do cenário, da música, da iluminação, do figurino,..., bem como outras indicações cênicas - chamadas rubricas ou didascálias - que guiam o ator durante a peça de teatro. 

Assim, um texto do gênero dramático apresenta esses dois tipos de conteúdos: o discurso direto das personagens e as indicações cênicas (rubricas ou didascálias).

Os textos dramáticos estão subdivididos em atos e cenas e apresentam o nome da personagem que dialoga antes da sua fala, marcando assim a sua entrada em cena. Normalmente segue uma sequência linear de: situação inicial, complicações com um ponto culminante (tensão) e desfecho.

Atualmente, as peças teatrais tentam aproximar os conflitos vividos pelas personagens dos conflitos vividos pela audiência, privilegiando-se a liberdade de expressão. Com a tendência atual de converter qualquer tipo de texto para representação teatral, são cada vez mais infrequentes textos puramente do gênero dramático.

Subgêneros do gênero dramático

Auto: Peça teatral sobre temas religiosos ou profanos com teor moralizante que, através de alegorias, visa satirizar e educar. As personagens são frequentemente representadas de forma abstrata: a bondade, a fome, a inveja,...

Comédia: Peça teatral que visa criticar os defeitos humanos e da sociedade através da exploração de situações ridículas e cômicas do cotidiano. As personagens são maioritariamente estereotipadas.

Tragédia: Peça teatral sobre um acontecimento trágico, que retrata adversidades e sofrimento das personagens, culminando num final funesto. Visa impressionar a audiência, provocando terror e compaixão.

Tragicomédia: Peça teatral que mistura características da comédia e da tragédia. São abordados assuntos trágicos e é retratada a desgraça das personagens com elementos cômicos e toques de humor.

Farsa: Peça teatral sobre situações grotescas e ridículas da vida cotidiana e familiar. Apresenta um caráter exageradamente caricatural e satírico. Visa criticar a sociedade e provocar o riso da audiência.

Fonte: https://www.normaculta.com.br/genero-dramatico/