Páginas: 322
Gênero: Thriller, suspense, mistério
Ano: 2017
Sinopse: A verdade de um é a mentira de outro. Um livro com uma trama tão perturbadora que bota o leitor num jogo de espelhos Quando o agente literário Peter Katz recebe por e-mail um manuscrito parcial intitulado O livro dos espelhos, ele fica intrigado. O autor, Richard Flynn, descreve seus dias em Princeton, e documenta sua relação com Joseph Wieder, um renomado psicólogo, pesquisador e professor. Convencido de que o manuscrito completo vai revelar quem assassinou Wieder em sua casa, em 1987 — um crime noticiado em todos os jornais mas que jamais foi solucionado —, Peter Katz vê aí sua chance de fechar um negócio de um milhão de dólares com uma grande editora. O único inconveniente: quando Peter vai atrás de Richard, ele o encontra à beira da morte num leito de hospital, inconsciente, e ninguém mais sabe onde está o restante do original. Determinado a ir até o fim neste projeto, Peter contrata um repórter investigativo para desenterrar o caso e reconstituir o crime. Mas o que ele desenterra é um jogo de espelhos, uma teia de verdades e mentiras, e uma trama mais complexa e elaborada que a do primeiro lugar na lista de mais vendidos dos livros de ficção.
Não tinha conhecimento algum da existência desse livro até vê-lo na prateleira das Americanas num dia que a minha irmã tinha dinheiro extra na carteira. Confesso que trouxe ele pra casa por causa do nome e da sinopse, mas nunca havia ouvido falar do autor romeno/alemão/outra nacionalidade que esqueci.
O livro é narrado sob três perspectivas diferentes, começando com Peter Katz, um agente literário que recebe um original parcial de um homem chamado Richard Flynn e nós somos apresentados a esse manuscrito através da leitura dele, com esse fragmento descobrimos um pouco sobre a vida de Richard e sua relação com Laura Bines a pupila de um conceituado professor de psicologia da época que fora assassinado brutalmente, em seu livro, Flynn narra os meses que antecederam o acontecimento e promete revelar quem é o verdadeiro assassino nunca pego pela polícia.
O problema é que o documento não está completo e quando Peter entra em contato para conseguir o restante descobre que o autor está hospitalizado morrendo de câncer e não se sabe o paradeiro do manuscrito. Sua parceira, Danna, se propõe a procurá-lo para Peter, mas não obtêm sucesso e é assim que somos lançados no mundo de loucura do Livro dos Espelhos onde nada é o que parece e cada nova informação pode conter uma armadilha. Vendo-se prestes a perder a chance de publicar o provável livro dos ovos de ouro, ele pede ajuda ao seu amigo de longa data, o jornalista John Keller para investigar os fatos apresentados no manuscrito e finalizá-lo ele mesmo ou contratar um ghostwriter.
É quando começa a segunda parte do livro, Keller vai atrás das informações do manuscrito, indo em busca das pessoas mencionadas por Flynn e reconstituindo os passos de Wieder, o professor assassinado, até o dia de sua morte, mas o que ele acaba conseguindo - além de perder a namorada - é enterrar-se em um emaranhado de mentiras e contradições que a princípio não se encaixam. Segundo sua linha investigativa, Laura Baines pode ter sido a mente por trás da morte de Wieder, tudo porque ela estaria obcecada pelo manuscrito no qual o professor estava trabalhando e que prometia revolucionar o mundo da psicologia.
Cansado de não chegar em lugar nenhum, ele passa a vez para Roy Freeman, um policial aposentado que trabalhou como detetive no caso do assassinato de Wieder anos antes, intrigado com as novas descobertas do amigo principalmente quando um antigo desafeto do professor acaba de confessar que o havia matado. Sentindo a consciência pesada por não ter dado tudo de si no caso quando teve a chance e sem acreditar que o indivíduo que confessou de fato havia matado o professor, Freeman vai atrás da verdade comparando cada pequeno detalhe da investigação de anos atrás com as novas descobertas feitas por Keller até chegar no mais improvável dos assassinos.
O Livro dos Espelhos é uma narrativa tão bem armada que você se vê refém das páginas até descobrir quem finalmente é o maldito assassino, ele não apenas tem ganchos bem colocados dignos de qualquer livro de Agatha Christie ou Arthur Conan Doyle, como te apresenta um quebra-cabeças que vai se emaranhando ainda mais conforme as páginas avançam, a história tenta te jogar numa direção dando todas as ferramentas causais para aquela realidade ser plausível apenas para um segundo depois mostrar que você estava errado.
Como dito pelo próprio autor em suas notas finais, o livro é sobre o poder da nossa memória em maquiar os acontecimentos de acordo com a nossa necessidade emocional, algo que recentemente pude ver no final da série Sherlock da BBC, que por sinal recomendo muitíssimo caso ainda não tenha visto. Porém, senti que a do meio da segunda parte para a terceira parte o livro parece se perder um pouco, não estou reclamando de ser sido trollada de certa forma, mas é que, para mim, a resolução do crime não fez sentido, entende? Foi como se o autor quisesse dar aquele up no plot twist e acabou fazendo algo que não casou com o resto do enredo. Pelo menos foi como me senti.
O livro é realmente bom, tem uma trama envolvente, é escrito de maneira envolvente que prende você, mas esse problema do final meio que abala um pouquinho a nossa experiência. A avidez com que você avança as páginas procurando pelo assassino e o motivo do crime enquanto seus neurônios dão um nó com as várias versões dos vários suspeitos, o topo da montanha não supre suas expectativas e o pôr do sol que você ansiou ver acaba sendo um céu nublado. Mesmo assim, por motivos didáticos da construção de um bom suspense recomendo este livro.
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